© Rubens Queiroz de Almeida
No livro Você está louco, de autoria de Ricardo Semler, tem uma história muito interessante. Ele havia sido convidado para dar uma palestra em um clube de BILIONÁRIOS americanos. Em uma conversa casual com um dos participantes, ele descobriu que a pessoa com quem conversava não era bilionário, ele possuía uma fortuna de apenas 800 milhões de dólares. Em tom de brincadeira, ele disse que não era para ele estar naquela reunião, pois não era bilionário. O que era para ser uma brincadeira, virou um constrangimento, pois a pessoa ficou super envergonhada e começou a explicar as razões pelas quais estava naquela reunião. Imagine só, o dono de uma fortuna de 800 milhões de dólares se sentir envergonhado e inferiorizado.
O que podemos tirar desta situação é que qualquer tipo de comparação é extremamente negativo. Não importa quem você seja, sempre existirá alguém mais inteligente, mais bonito, mais rico, mais qualquer coisa, não importa o quê.
O problema é que comparações são inevitáveis e muito prejudiciais. Restringindo nossa análise ao estudo de idiomas, é importante ressaltar que hoje em dia, em que o inglês é praticamente universal e que nos cerca a todo momento, em filmes, em livros, no Youtube, na Internet, é praticamente impossível encontrarmos duas pessoas que possuam exatamente o mesmo nível de conhecimento, que estejam começando do zero. Se formos estudar húngaro provavelmente poderemos formar uma turma com pessoas que saibam absolutamente zero do idioma. Com o inglês isto não acontece.
Tomemos então uma sala de aula de inglês, com cerca de 20 alunos. Teremos 20 níveis diferentes de conhecimento. E invariávelmente vamos nos comparar aos outros sem levar em conta todos estes fatores citados. E começamos a colocar na cabeça ideias descabidas: “não consigo aprender“, “tenho muita dificuldade para aprender inglês“, “não sou inteligente o suficiente para isto“, “odeio esta língua maldita“, etc, etc.
Todo este diálogo interno negativo se transforma em crenças extremamente limitantes, que vão atrapalhar ou mesmo impedir o seu progresso. Eu até brincava em minhas aulas dizendo que cada aluno deveria trazer uma viseira para não ver os demais, pois cada um de nós tem um ritmo diferente e aprendemos de formas diferentes. Os alunos que estudam mais provavelmente progredirão mais rapidamente, mas isto depende muito do tempo que a pessoa dispõe para o estudo. Profissionais que trabalham 8 horas por dia, que levam duas horas para ir e voltar do trabalho e que possuem afazeres domésticos, certamente não dispõem do mesmo tempo que outros que apenas estudam. O progresso será mais lento, mas isto não é um problema.
A questão é que se não estudarmos, um pouquinho que seja todos os dias, não progrediremos. Pense bem, o domínio da língua inglesa é importante para você, para seu desenvolvimento pessoal? Se você não fizer nada, o tempo vai passar do mesmo jeito e você vai ficar exatamente onde está hoje. Nos tempos atuais ninguém pode se dar ao luxo de ficar parado, certo?
Comparar é inevitável, aquele diálogo interno que fica puxando a gente para baixo vai ficar sussurrando comparações no seu ouvido o tempo todo. O importante é saber que absolutamente TODOS podem aprender inglês, em ritmos variados, e você deve responder isto para essa vozinha na sua cabeça.
Então, vamos começar a estudar? Um pouquinho todos os dias? Quem fica parado é poste ?