© Rubens Queiroz de Almeida

Todo aprendiz de inglês como um segundo idioma traz consigo diversas crenças que mais atrapalham do que ajudam. Por exemplo, almejar a perfeição, falar sem erros, ter uma pronúncia perfeita, e muitas outras. Tudo isso consiste no que chamamos de crenças limitantes. Acreditamos em algo que não é verdade e esta crença nos impede de alcançar nossos objetivos.

Dentre as muitas crenças limitantes, falaremos aqui sobre a pronúncia. Ao buscar obter uma pronúncia perfeita, equivalente à de um nativo, abrimos o caminho para muita frustração. Em primeiro lugar, não existe um inglês padronizado. Diferentes países e mesmo diferentes regiões dentro de um mesmo país, podem apresentar diferenças significativas, que podem mesmo impedir que grupos de pessoas de regiões diferentes se entendam.

Levando este fato em consideração, qual seria a pronúncia perfeita? E será que vale mesmo a pena perseguir este objetivo?

Essa mesma diversidade de maneiras de se falar o inglês pode desencorajar o aprendiz de praticar o idioma, levando a uma falta de confiança e a uma redução nas oportunidades de interação com falantes nativos. A busca pela perfeição pode se tornar uma fonte de ansiedade, fazendo com que o aprendiz evite situações em que precise falar inglês, o que, por sua vez, limita o desenvolvimento de suas habilidades de comunicação.

O que fazer então? O primeiro passo é entender que o mais importante é adotar uma abordagem mais realista e positiva em relação à pronúncia e compreender que a comunicação eficaz é mais importante do que a perfeição na pronúncia. O foco deve estar em ser compreendido, não em soar como um falante nativo.

É claro que você deve ter como meta melhorar o máximo a sua pronúncia e hoje você tem ao seu alcance diversos recursos tecnológicos que podem te ajudar neste objetivo, como o Google Translator, o ChatGPT, e vários outros.

A receita é simples, aumentar a exposição ao inglês através de filmes, músicas, podcasts e interações com falantes nativos ajuda a familiarizar-se com diferentes sotaques e estilos de fala, além de melhorar a percepção auditiva. Envolver-se em práticas regulares de pronúncia, como repetir frases em voz alta, usar aplicativos de pronúncia ou participar de grupos de conversação, leva à melhoria gradual. Procurar feedback de falantes nativos ou professores de inglês pode ajudar a identificar áreas específicas para melhorar e oferecer orientação sobre como ajustar a pronúncia.

E o mais importante é cultivar uma mentalidade de crescimento, reconhecendo que a habilidade de pronúncia pode melhorar com o tempo e esforço. Não procure por soluções mágicas, isso leva tempo e você precisa praticar todos os dias e não desistir ao encontrar dificuldades. Dificuldades são naturais, acostume-se com elas.

Uma maneira simples de vencer os obstáculos é desenvolver o hábito de celebrar pequenas vitórias, não importa quão pequenas. Uma palavra nova que você conseguiu descobrir o significado por meio do contexto, um vídeo no qual você conseguiu identificar 50% do conteúdo, e o que mais você conseguir identificar como um avanço.

Mas cuidado, a quantidade de recursos tecnológicos, sites dedicados ao ensino de inglês, é simplesmente avassalador. Você precisa fazer um planejamento diário e semanal. Escolha os recursos que mais lhe agradam, os sites que oferecem conteúdo de seu interesse, e mantenha-se fiel a eles. Nada de ficar pulando de um lado para o outro, não existe nada pior e certamente você acabará desistindo, massacrado por tanto conteúdo.

Ao adotar essas abordagens, os aprendizes podem reduzir a ansiedade associada à pronúncia e ganhar confiança em suas habilidades de comunicação. É importante sempre ter em mente que o estado emocional de uma pessoa tem um impacto significativo no processo de aprendizagem. Quando estamos em um estado emocional positivo, felizes, calmos ou motivados, nosso cérebro está mais receptivo a novas informações. Isso ocorre porque emoções positivas estimulam a liberação de neurotransmissores, como a dopamina, que facilitam a formação de novas conexões neurais, essencialmente “preparando” o cérebro para aprender.

Lembre-se sempre, o mais importante é lembrar que a língua é uma ferramenta de conexão e que a clareza e a intenção na comunicação são mais valiosas do que a perfeição.

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