© Rubens Queiroz de Almeida
Estudar a gramática de qualquer idioma, em geral, é extremamente aborrecido e monótono. É claro, existem regras em todos os idiomas, mas também existem exceções, e a língua inglesa é extremamente rica em exceções. As regras mais gerais, como por exemplo, o uso dos tempos verbais, são relativamente simples de aprender, mas existem outros aspectos, como as expressões idiomáticas e uso correto de preposições, que só conseguimos memorizar por meio da exposição intensiva ao idioma. Por estas razões, a gramática da língua inglesa não deve ser estudada por si só, mas sim como material de referência para sanar as dúvidas que aparecerem em seus estudos e leituras.
Essa abordagem flexível permite que os estudantes utilizem a gramática para esclarecer dúvidas e resolver problemas que surgem naturalmente durante o processo de aquisição da língua. Por exemplo, ao encontrar uma estrutura desconhecida durante a leitura ou ao tentar formular frases complexas, a consulta à gramática pode oferecer explicações e exemplos que auxiliam na compreensão e no uso correto da língua.
Uma técnica muito poderosa é memorizar uma frase que contenha a estrutura verbal que se deseja dominar. Quando iniciei meus estudos da língua inglesa eu tinha muita dificuldade em utilizar o tempo verbal conhecido como third conditional:
If you hadn’t been so rude to me, I wouldn’t have thrown the vase on your head.
Esta frase encontrava-se no meu livro texto, e refletia uma situação em que uma moça havia jogado um vaso na cabeça de seu namorado. Para utilizar corretamente este tempo verbal, eu memorizei esta frase ao mesmo tempo em que visualizava a situação, da moça com raiva, gritando com seu namorado, e finalmente jogando um vaso em sua cabeça. Para utilizar esta construção verbal em outras situações se tornou bem mais fácil:
- If I had studied more, I would have passed my exam.
- If I had known about the traffic jam, I would have left home earlier.
- If she had taken the medicine, she would have felt better by now.
Não tem segredo, o aprendizado eficaz de um idioma ocorre por meio da exposição intensiva ao idioma em contextos variados. Esta exposição pode vir de diversas fontes, como leitura de livros, artigos, assistir a filmes, ouvir músicas, podcasts, ou mesmo interagir com falantes nativos. Através dessa exposição, internalizamos as estruturas gramaticais de maneira mais natural e intuitiva, semelhante ao modo como aprendemos nossa língua materna.
Esse processo de internalização ajuda a construir uma base sólida de compreensão do idioma, onde as regras gramaticais emergem como padrões reconhecíveis sem necessitar de um estudo formal e intensivo. Por meio da prática e da repetição, os estudantes começam a usar as estruturas corretamente porque elas “fazem sentido”, e não apenas porque foram memorizadas.
O estudo da gramática não deve ser um obstáculo, mas sim uma ponte para uma comunicação mais eficaz e confiante. Ao tratar a gramática como uma ferramenta de apoio e não como o objetivo final, os alunos podem desenvolver uma compreensão mais natural e fluente do inglês, aproveitando ao máximo as oportunidades de aprendizagem disponíveis através da exposição ao idioma em contextos reais. Assim, a gramática se torna um aliado, não um adversário, no caminho para a proficiência.
Assim como as crianças não estudam gramática em seus primeiros anos, aprendendo o idioma observando o ambiente ao seu redor, as conversas, as interações, recomendo que você não estude a gramática por si só, mas sim como uma ferramenta de apoio. Identifique estratégias, como a citada acima, para internalizar as estruturas verbais mais comuns do idioma.