Dicas práticas

A Teoria do Input Compreensível de Krashen para o aprendizado de idiomas

© Rubens Queiroz de Almeida

A teoria do input compreensível de Stephen Krashen é uma das mais influentes no campo da aquisição de línguas. Desenvolvida originalmente nos anos 1980, essa teoria propõe que a maneira mais eficaz de aprender um idioma é através da exposição a materiais e situações que estejam ligeiramente além do nível de competência atual do aprendiz, mas que ainda sejam compreensíveis. Krashen descreve esse conceito com a fórmula “i + 1”, onde “i” representa o nível atual de proficiência do aprendente e “+1” representa o input que é um passo além desse nível.

Segundo Krashen, a aquisição de uma nova língua ocorre de forma subconsciente quando o aprendiz é exposto ao input compreensível. Isso significa que os estudantes não precisam entender cada palavra individualmente, mas devem ser capazes de captar o sentido geral das mensagens recebidas. Essa forma de aprendizado é semelhante à maneira como as crianças adquirem sua língua materna: através da interação constante com falantes proficientes, ouvindo e compreendendo por muito tempo antes de começarem a falar.

Krashen argumenta que atividades tradicionais de ensino, como a memorização de regras gramaticais ou a realização de exercícios fora de contexto, são menos efetivas porque não oferecem esse tipo de input. Ele também aponta que o estado emocional dos alunos, o que ele chama de “filtro afetivo”, tem um papel importante. Ansiedade, baixa autoestima e falta de motivação podem elevar esse filtro, dificultando a aquisição da língua, pois os alunos são menos receptivos ao input linguístico.

Para aplicar a teoria do input compreensível na prática, Krashen sugere o uso de materiais de leitura e audição que sejam ricos em contexto, como histórias, livros ilustrados e diálogos autênticos que interessem o aprendiz. Ele também destaca a importância de um ambiente rico em linguagem, onde os aprendizes têm a oportunidade de ouvir o idioma novo em contextos variados e significativos.

Assim, ao priorizar o input compreensível no ensino de línguas, professores e alunos podem focar em experiências de aprendizagem que são simultaneamente desafiadoras e acessíveis, promovendo uma aquisição de linguagem mais natural e eficaz.

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