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© Rubens Queiroz de Almeida
Alguns anos atrás eu e meu filho começamos a praticar aikido. Aikido é uma arte marcial que foca primordialmente na defesa, você utiliza o ímpeto do atacante para se defender. Eu me apaixonei pela filosofia desta arte marcial e pelos movimentos graciosos e poderosos.
Pratiquei por seis meses e depois deste período eu não sabia absolutamente nada, não havia memorizado um único movimento. Antes que você pense alguma coisa, vou logo esclarecendo que não possuo nenhuma deficiência cognitiva ou física. O que ocorreu então?
O professor dava aula simultaneamente para pessoas de vários níveis, e a cada aula os movimentos ensinados eram diferentes. Eu reclamei sobre isto, pois o meu entendimento era de que para poder progredir nesta arte marcial eu deveria consolidar primeiramente, através de muita prática, os movimentos básicos, que eram por volta de seis (eu acho) para depois prosseguir com técnicas mais avançadas. O professor me explicou então que não podia fazer isto, pois os alunos mais avançados ficariam entediados.
O aprendizado realmente se consolida quando podemos realizar as tarefas sem ter que pensar nelas. Com apenas uma aula isto é impossível. E o pior, extremamente frustrante. Imagine só, frequentar uma academia de aikido por seis meses e sair com a frustração de não ter aprendido absolutamente nada.
O correto é separar os alunos iniciantes e praticar as técnicas básicas até que elas fiquem automatizadas, para que possam ser realizadas sem pensar.
Usei este exemplo, de uma arte marcial, mas na prática qualquer tipo de aprendizado deve seguir o mesmo roteiro. É preciso praticar muito para levar a atividade do nível consciente para o nível inconsciente, em que não precisamos mais dedicar 100% de nossa atenção ao que estamos aprendendo. É assim quando aprendemos a andar de bicicleta, dirigir, praticar artes marciais, enfim, qualquer coisa. Então, o primeiro passo é praticar muito.
Com idiomas é claro que esta mesma regra se aplica. Neste caso a prática consiste em obter a máxima exposição ao inglês, saturando o nosso cérebro com os sons do idioma, seu vocabulário e estruturas gramaticais. Fazemos isto lendo, ouvindo músicas, assistindo séries de TV, podcasts, e muito mais. Quando seguimos estas orientações, começamos a pensar em inglês o tempo todo e até mesmo sonhamos em inglês. E o interessante é que conseguimos ser muito mais fluentes em nossos sonhos do que quando acordados. 😉
Cometemos muitos erros nesta fase inicial e é importante que aceitemos este fato. É assim mesmo que funciona. Mas da mesma forma que na prática de aikido, precisamos nos concentrar em executar corretamente alguns movimentos, e no aprendizado de idiomas precisamos focar na internalização gradual de algumas estruturas. No curso de inglês From Zero to Hero nós apresentamos textos não simplificados, mas sempre com a recomendação de que o aluno selecione em cada texto duas ou três frases para praticar e internalizar. Parece pouco, mas se esta recomendação for seguida à risca, em pouco tempo teremos uma caixa de ferramentas com diversas estruturas e palavras que podemos reproduzir com perfeição.
Você deve ter lido até aqui procurando pelo segredo do aprendizado de idiomas, mas a verdade é que não tem segredo. Para aprender qualquer coisa o caminho é muita prática e entender que tudo é uma questão de tempo e consistência. Seja paciente e não desista, pois os resultados virão, eu garanto!
Nos artigos do portal Aprendendo Inglês eu trato de diversos mitos relativos ao aprendizado da língua inglesa que muito nos atrapalham e dou muitas dicas interessantes para você levar o seu conhecimento a um outro nível. Para ver a relação completa dos artigos, clique aqui.